Minha internet estava com alguns problemas, e por isso o Capítulo III atrasou um pouco. Mas aqui está espero que gostem
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Capítulo
III
Seu nariz arde, sua
cabeça gira, há ruídos intensos vindos de todos os lados, mas você ainda não se
levanta. As suas costas no chão são constantemente arranhadas pelos grãos de
areia no solo. O céu está nublado.
Com a visão mais nítida,
você percebe que está numa praia. Há gaivotas no céu e o barulho das ondas logo
atrás da tua cabeça. Um pequeno siri cor-de-areia sobe pela tua coxa, e com um
susto dessa presença nem um pouco esperada, você se levanta pondo-se de quatro
rapidamente. Só então que olhando para seu braço você percebe uma grande marca
vermelha em forma de meia lua, como uma mordida. Ela arde ainda, porém o cheiro
fortíssimo de sal do mar faz teu nariz arder ainda mais que o braço.
Com um pouco de
dificuldade você consegue ficar de pé, e apesar de tremer de frio, sai
cambaleando pela praia. Agora é possível ver o mar: as águas cinzentas fazem
muitas ondas que quebram intensamente na areia, está bem agitado. As gaivotas
continuam a voar acima de tua cabeça emitindo seus sons esquisitos.
“Onde estou? O que houve?” você pensa
enquanto caminha e observa este novo lugar.
É então que ao longe
você vê algumas pedras. Imediatamente se dirige para elas na esperança de poder
sentar e descansar fora da areia. Reparando melhor, as pedras são azuis bem
escuro e são oito no total realizando um círculo. Aparentemente são todas
iguais em forma e tamanho a não ser por algumas lascas que faltam aqui e ali.
Você se senta, solta um
longo suspiro e observa seu ferimento assustador no braço. Na verdade parece
mais com uma cicatriz bem profunda, porém, que ainda arde. Com as mãos apoiadas
na pedra, você vê eu a areia no centro do circulo começa a se mover sozinha. Os
grãos levantam, caem e se organizam novamente até formar uma mensagem na areia:
“
Vejo que você teve um encontro com o Medo. Esse ferimento está bem fundo e pelo
jeito dói bastante. Me perdoe por sua jornada ter começado assim, mas você
tinha que perceber o quão importante são os pequenos detalhes que não vemos e só
percebemos mais tarde.
Quanto
ao frio, sede e fome que está sentindo...”
Sente tua
boca seca e ouve o ronco de seus estomago enquanto treme de frio. Estranho...
Você não tinha fome nem sede há pouco...
“não
se preocupe, você os saciará logo.
Estamos
na praia da Consciência, onde tudo o que se faz, sente, ouve e fala se reflete
grandiosamente ao seu redor. Você acabou de perder para o Medo, e quando ele
vence, deixa marcas. Por isso a praia está assim.
Tens
muito a aprender, e aprenderá. Apenas tenha Paciência e Coragem. Vista esta
roupa, coma desse pão e beba este elixir. Siga para longe da praia, em direção às
montanhas e prepare-se para retomar a sua Busca.
Céu
Azul”.
Imediatamente
após ler as escrituras duas peças de pano branco, uma camisa e uma calça que
chega até suas canelas, surgem na pedra ao lado. Sobre elas há um pedaço de pão
bem macio e uma taça com um líquido azulado.
Você come a massa
enquanto dá pequenos goles no liquido. O gosto de ambos é divino, e sua fome e
sede cessam na mesma hora. Desembrulha as peças de pano com certo receio, mas
mesmo assim as veste. Apesar de serem de uma confecção precária, elas te
aquecem muito bem, seu corpo relaxa com o calor que tardava a encontrar.
Uma vegetação composta
de árvores circula a praia, aparentemente bem fechada e intransponível. É então
que surge uma pequena brecha, uma trilha aberta na floresta, para a qual você
se dirige.
Na entrada um arco de
folhas ondula sobre teu corpo, e o chão de terra macia se perde de sua visão
devido às curvas do caminho e à vegetação que acompanha a trilha. Inspira bem
fundo, estica os braços e pernas, e se adentra na mata.
Um sentimento de alivio
percorre suas veias, enquanto sem você ver, o mar se acalma e o céu dissipa
todas as nuvens tornando-se azul novamente.